Um novo marco em Wimbledon
Giovanni Mpetshi Perricard pode ter se despedido precocemente de Wimbledon este ano, mas seu impressionante saque a 246 km/h certamente entrou para a história do torneio. O francês de 21 anos cravou o saque mais veloz já registrado na competição, atingindo o americano Taylor Fritz — que, surpreendentemente, conseguiu devolver a bola e vencer o ponto.
Apesar do feito, Mpetshi Perricard acabou sendo eliminado na primeira rodada após uma batalha de cinco sets: 6-7(6-8), 6-7(8-10), 6-4, 7-6(8-6), 6-4. Ainda assim, o saque recorde permanece na memória dos fãs do tênis, que acompanham com fascínio a precisão e a força dos grandes jogadores que desfilam suas habilidades na grama sagrada de Wimbledon.
A arte do saque em destaque mundial
O fascínio pelo saque vai além das estatísticas. Uma postagem recente no Instagram, mostrando o número 1 do mundo, Jannik Sinner, aparentemente acertando uma bola sobre um palito de fósforo e acendendo-o no impacto, já ultrapassou 475 mil curtidas — um reflexo do quanto esse fundamento cativa o público.
Mpetshi Perricard, conhecido por seus saques potentes, foi bastante questionado após a partida sobre sua técnica. O francês, que mede 2,03 metros, tratou de minimizar qualquer segredo: “Para ser honesto, nem chequei a velocidade… perdi o ponto”, afirmou. “Não faço nenhuma técnica especial para sacar forte ou rápido. Estou apenas sacando da forma como devo sacar.”
O que faz um grande saque?
Para entender melhor os elementos de um saque poderoso como o de Mpetshi Perricard, conversamos com o técnico profissional Marc Sophoulis, da Melbourne International Tennis School. Segundo ele, o francês combina vários aspectos técnicos de forma natural.
“O grande diferencial do saque de Mpetshi Perricard é o impulso. Ele transfere o peso do pé de trás para o da frente de maneira muito eficiente, o que gera um grande momento de força”, explica Sophoulis, que já trabalhou com nomes como Anastasia e Arina Rodionova, Victor Hanescu e os irmãos Bryan.
“O movimento de rotação do tronco que ele realiza antes do impacto é impressionante. E ele tem uma mão extremamente rápida. A velocidade com que a mão atravessa a bola, no momento exato, é algo fora do comum”, acrescenta. “Quando o atleta consegue sincronizar cada segmento do corpo para gerar força, o resultado é um saque de altíssimo nível. Ele tem o pacote completo.”
Destaques britânicos em Wimbledon 2025
Enquanto o saque de Mpetshi Perricard vira assunto nos bastidores, os britânicos seguem lutando por vagas nas fases seguintes de Wimbledon 2025, realizado entre 30 de junho e 13 de julho no All England Lawn Tennis Club.
Emma Raducanu venceu com autoridade a ex-campeã Marketa Vondrousova por 6-3, 6-3. Cam Norrie superou Frances Tiafoe em quatro sets: 4-6, 6-4, 6-3, 7-5. Sonay Kartal também avançou com uma vitória tranquila sobre Viktoriya Tomova: 6-2, 6-2.
Por outro lado, Oliver Tarvet e Billy Harris foram eliminados, com Harris caindo diante de Carlos Alcaraz na segunda rodada. Katie Boulter também se despediu após derrota para Solana Sierra: 6-7(7), 6-2, 6-1.
Expectativas para o quarto dia
O quarto dia do torneio promete novas emoções para os britânicos. Jack Draper encara o campeão do US Open Marin Cilic na quadra número 1, tentando alcançar a terceira rodada pela primeira vez.
Dan Evans terá um dos maiores desafios de sua carreira ao abrir a programação na quadra central contra o heptacampeão Novak Djokovic. Já o jovem Jack Pinnington Jones, que recebeu convite da organização, enfrenta Flavio Cobolli, cabeça de chave 22, em sua segunda partida na chave principal.
Arthur Fery, por sua vez, tentará uma virada improvável contra Luciano Darderi, já que está em desvantagem de dois sets. Além disso, várias duplas britânicas estreiam nas quadras externas, incluindo Olivia Nicholls, Joe Salisbury, Neal Skupski e Heather Watson.
Wimbledon 2025 segue movimentado, combinando feitos históricos, jovens promessas e confrontos emocionantes – e tudo indica que ainda há muito por vir.